quinta-feira, 29 de março de 2012
Os trolhas de um apito doirado.
Reza a lenda que naquele ano distante de mil nove e troca o passo os trolhas (sem desprimor algum para a profissão) do apito teriam já participado em mais coisa menos coisa do que vinte empreitadas para o construtor vitor.
A coisa teria corrido dentro da normalidade, materiais de qualidade inferior, derrapagens no orçamento, muita areia, pouco cimento, muitas mini's, poucos prumos, mas lá foi e as vinte novas residências estavam de pé e prontas a estrear. Para quem via por fora o trabalho foi um sucesso até na comunicação social da especialidade (procurem no google, está lá) se comentava e foi tão, mas tão inflado que inclusive os catapultou para novas empreitadas no estrangeiro.
Tudo corria de feição… até que… bom até que os novos proprietários das 20 novas casitas pagas a pronto com sangue, suor e lágrimas terminaram as mudanças para os seus palácios da felicidade. Só que a dita felicidade não durou muito tempo. Ao final do primeiro ano assim que vieram as primeiras chuvas, as salas de estar tornaram-se num espectáculo só comparável às cataratas do Niágara, outro ano volvido e a humidade já empurrava a tinta para fora das paredes enquanto as empenas começavam a mostrar sintomas de osteoporose galopante.
Foi então que os (já não tão novos) novos inquilinos recorreram ao sr. vitor para reclamar do estado em que estavam os seus lares mas este alegou que a sua equipa era do melhor que havia, com excelente reputação nacional e internacional (aconselhou-os a pesquisar no google), logo não entendia o motivo das queixas. Só podia ser má fé “das suas partes” (todas).
Indignados e de mãos atadas os (ainda mais velhos) novos moradores numa atitude desesperada dirigiram-se aos trolhas e fizeram a ameaça “ou arranjam esta merda como deve de ser, ou na falta de cimento, vai com sangue”. Os trolhas tremeram. Correram para os braços do patrão vitor em lágrimas, apelaram ao bom senso e solicitaram protecção policial.
Só que ali mesmo ao lado cinco dos vinte palácios já tinham ruído e cinco mais tinham sido evacuados por estar em risco de tal.
Assim que, nem as lamurias, nem a falta de tecto detiveram os proprietários entre dois dentes partidos e ameaças telefónicas os trolhas tremeram ainda mais e a medo vomitaram.
“Vamos fazer greve”.
(…) O mundo parou (…) depois calou (…) enquanto quase de forma imperceptível se ouvia lá muito ao longe por entre os lábios do sr. vitor…
“Mas não temos outros que façam casas só com areia, como dá jeito… e temos tanta gente nova à espera de abrigo”.
Árbritos ponderam fazer greve no fim-de-semana do (braga-porto) e (sporting-Benfica) faz sentido.
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