O dia era um qualquer do primeiro mês do último ano do calendário Maia.
De cornos enfiados na leitura disponível

Não era dia de Benfica, nem Sporting, nem Porto, logo o ambiente estava relativamente pacifico, num canto o Cigano disputava mais uma bica à moeda com o Sr. Autoridade Carlos, enquanto o Silva engolia um café mais depressa do que eu digo “Boa noite”, no outro canto o Mota afundava mais uma lambreta ao ritmo de duas por minuto e ao lado, o Caixinho e o Colas faziam frenéticas pesquisas na BWin por apostas vantajosas num qualquer jogo de Corfbol.
Não foi por isso de espantar que a entrada do Chamuças, nome carinhoso pelo qual tratamos o Indiano (assim como eu) anorético (não Indiano… mas sim anorético) observada pelo canto esquerdo da minha outra vista me deixou relativamente satisfeito; Tinha ali uma vítima para pôr em prática as minhas teorias conspirativas.
Dizem as mentes que fazem do boato uma profissão tão respeitada e admirada quanto um agente da ASAE num restaurante Chinês, que nesse dia fui um bocadinho longe demais, o que ainda hoje não entendo como podem. Mas adiante.
Como já tinha dito não jogava ninguém que valha o tempo perdido a olhar para o rectângulo da 8ª arte e visto sentir-me entediado e não ter nada mais que ler lembrei-me de algo muito simples.

- Chamuças sabes que o Mota pensa que uma das principais razões para a Europa ter chegado a este ponto foi terem aberto as portas a gaijos da tua e de outras raças? Mas não ligues, o gaijo é um facho de merda, não sabe o que diz. (disse eu).
Quando eu pensava que estaria lançado o tema para mais uma saudável discussão sobre as leis da Imigração\Emigração e respectivo impacto económico das mesmas, passa a menos de um pentelho da minha vista esquerda, a mesma que tinha visto o Chamuças entrar e a uma velocidade digna de um “Fórmula 1” um objecto que ia deixando um rasto de pequenas folhas de papel brancas atrás de si e só interrompeu o seu movimento quando esbarrou no meio das trombas do Mota. Junto a esse movimento e ao audível estrondo antecedido de um (psssssssst) ainda deu para ouvir quase de forma imperceptível um.
-Há-des (e não hás-de) lá ir à loja pedir mais perfumes “Paco Rabanna” sem factura.
Escusado será dizer que no meio de um “Foda-se” a lambreta que ornamentava a mão do Mota foi aterrar no meio do portátil onde o Caixinho e o Colas já tinham enterrado mais de 20 euros em apostas dúbias. Estava lançada a discussão…
Iam de braços no ar e em sentido de colisão o Chamuça e o Mota quando o Caixinho ao ver o estado em que ficou o seu aparelho portátil, a quem eu por graça ou talvez por antiguidade chamo de torradeira, alça da pata e espeta um caldo no desgraçado do Mota que o fez aterrar com o mesmo local onde tinha acabado de encaixar um, salvo erro guardanapeiro (não sei, ia muito rápido) no meio da mesa onde já estavam instalados antes mesmo de eu chegar o casal Cabral e o seu rebento, lógico que os “Babeblades” do puto que estavam espalhados por 90% da área da tal mesa saltaram em movimentos elípticos para todas as direcções (e aquela merda é de ferro) acabando eu mesmo por levar com um num local onde ainda hoje me dói. Deus castiga dizem alguns mas que mal tinha eu feito?

Enquanto isso e a menos de um metro dali já o Colas e o Chamuças trocavam carinhos sadomasoquistas esparramados no chão visto o primeiro ter também sido vitima do efeito ricochete do guardanapeiro (continuo sem ter a certeza se era um) ao passo que a Ritinha (namorada do Mota a quem eu por vezes apelido de Santa Paciência) gritava em altos berros com o Caixinho por este ter arriado tal bordoada no seu mais que tudo.
O espectáculo era bonito de se ver e não fôra as dores genitais que me faziam contorcer a coluna talvez pudesse ter desfrutado melhor daquele bonito momento. É que entretanto já o Cigano e o Sr. Autoridade Carlos discutiam o desenlace do jogo da moeda até então empatado mas interrompido abruptamente pela queda do Pikaxu, que ao levar com outro que não o que achou por bem colidir com o meu abono de família “Babeblade” na sua desprovida de cabelo nuca, provocou de imediato uma perda momentânea dos sentidos e consequente desfalecimento sobre os braços dos jogadores da batota.
Nesse momento e da mesma forma que a Alemanha perdeu a guerra já andava o casal Cabral a recolher os restos dos “Babeblades” espalhados pelo tasco enquanto o Didi, o rebento deles, berrava que nem um desalmado porque o que até então era a “Arena dos Babeblades” eram agora duas, tal foi a força com que o Mota lá bateu com os cornos.
Entre mortos e feridos algum há-de escapar já dizia a minha saudosa Avó e eu já me ausentava de fininho em direcção à porta da rua quando heis que chega o Marinheiro e a sua namora a quem eu para simplificar a coisa chamo de Marinheira e grita:
- Um amigo meu abriu um bar no Bairro Alto, é hoje a inauguração meti os nomes do pessoal todo na guest list. É bar aberto. Vamos?
(...)
Fez-se um silêncio ensurdecedor. Só sei que 5 minutos depois estava tudo na rua a combinar a melhor forma de locomução até ao local enquanto o Caixinho tentava sem sucesso fechar a porta do estaminé. Depois de examinada ao pormenor lá descobri o problema, entre a dita e a ombreira estava um qualquer objecto vermelho a travar o movimento, aproximei-me e vi…
Era um guarnadapeiro. O culpado disto tudo.
infelizmente venho notar, que nesta ficção sou opdesgraçadinho. Lol (Mota)
ResponderEliminarHHHAAAA Chamuca em massa alta e fofa !!!! ( para que conste, este teclado nao "possui" acentos nem cediiiillhas)
ResponderEliminarEsta merda não dá para pôr "likes"?
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